Rebeldia, sons distorcidos e altos, bateria destruindo por trás, cabelos compridos chacoalhando que nem doidos. A guitarra parece ter vida própria. Berros, letra da música incitando a pular, gritar, se soltar. É isso. Você, num show de rock, quer se soltar, deixar a raiva, rebeldia, ou qualquer sentimento que te deixe parecendo forte, irreverente, diferente, liberar. E é bom, não é mesmo? Esquecer dos problemas, das “rasteiras” e reveses que tomamos na vida. Ouvir um bom rock, se deixar levar pela multidão, pular bem alto, gritar o mais alto que puder, até quase perder a voz !! Vamos, não seja tímido, admita como é bom sentir aquela sensação primitiva, quase de homem das cavernas, de comportamento. É um retorno às raízes ancestrais. Todos temos um pouco disso, e com certeza é uma boa forma de extravazar, de relaxar pra valer.

E não é só a música. O show ao vivo é muito mais legal e interessante que uma música gravada, isso porque a banda tem a liberdade de improvisar, de curtir com a galera. De mexer com o povão. Essa é a oportunidade do músico “falar” com seu público. Não tenho banda nem nunca toquei nada pra um grande público, apesar de “arranhar” meu violãozinho lá em casa, mas acho que um músico de verdade só se realiza ao fazer um show, ou ainda, uma turnê. É naquele momento que ele passa para os fãs o que ele quer que eles vejam em sua música, e como a música é importante para ele. Não importa o estilo ou a letra, pois, no fundo, todo músico quer isso. A aprovação vem aos gritos, aos pulos, e do delírio da galera.

O rock foi o responsável por mudanças comportamentais tremendas nos anos 60 e 70, trouxe inúmeras repercussões econômicas e sociais que remontam até os dias de hoje. A música de uma forma geral, mas principalmente o rock, pôde canalizar toda a negação a uma sociedade hipócrita e organizada, como sendo um movimento voltado para a liberdade de pensamento, de atitude, de comportamento, de religião e de sexo.

O rock se revela não apenas como uma música, mas como um movimento generalizado, criando até tribos voltadas ao culto ao Rock. Roupas, acessórios, instrumentos musicais personalizados, como guitarras, baterias, baixos, etc, e até mesmo o modo de se vestir e agir. O rock acabou dando origem a muitos outros tipos de música, ramificando-se em outros estilos ou derivações do rock and roll original de meados dos anos 50. Hoje em dia, bandas de sucesso costumam até fazer shows com orquestras sinfônicas ao fundo, e acaba gerando um ótimo resultado.

Os mais velhos dizem: “Ora bolas, como são incivilizados! Deveriam ficar em casa dormindo!” ou então: “nossa mas que pouca vergonha ! isso são modos ?! deveriam chamar a polícia!”. Responda nesse momento: “Não, Dona. Não deveriam. Ouça isso ! Isso são 3.000 pessoas gritando e pulando, dançando ao som de um alto e bom rock, livres de tudo, livres das convenções da sociedade, livres por apenas a duração do show ! E, se existem pessoas que merecem isso, essas são elas ! E se para você isso é demais, então você deveria ir lá com a gente e ver como é bom ! Venha, você vai adorar ! Venha curtir com a gente, venha se sentir viva, se solte totalmente ! Vamos lá !! Lá dentro não importa se você é pobre, se é doente, se vai morrer ou viver amanhã, se você é feio, alto ou baixo, gordo ou magro. O que importa é a música, é se misturar e sentir como todos somos um só ! Sem importancia, sem preocupacoes, sem medo de ser feliz !! YEEEAAAHH !!”

Longa vida ao Rock !!!